Mundo

Primeiro dia do ano registra nascimento de 386 mil bebês



O primeiro dia de 2018 deverá registrar o nascimento de cerca de 386 mil bebês em todo o mundo, de acordo com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que fornece assistência humanitária a crianças.

A Ilha do Natal, em Kiribati, no Pacífico, deve testemunhar o nascimento do primeiro bebê de 2018. Na Índia, país com maior registro de nascimentos programados para 1º de janeiro, 69 mil crianças deverão nascer nesta segunda-feira.

A agência, entretanto, faz um alerta para um problema que não aparece nesses números: a alta mortalidade de recém-nascidos. No mundo, em todos os dias de 2016, cerca de 2.600 crianças morreram nas primeiras 24 horas após o nascimento, sendo que aproximadamente 80% dessas mortes poderiam ter sido prevenidas com um atendimento médico adequado.

O Brasil, em tese, seria o décimo país a registrar o maior número de bebês nascidos no mundo em 1º de janeiro –7.900–, mas a estimativa é prejudicada devido à alta taxa de realização de partos cesarianos. Isso porque as cesárias são normalmente agendadas e é improvável que os nascimentos sejam marcados para o primeiro dia do ano.

Segundo os dados do Unicef, o Brasil é campeão mundial de cesárias: 56% de todos os partos (rede pública e privada) são feitos com esse procedimento cirúrgico, enquanto no mundo a média é de 18%.

“Com critério, com racionalidade, teríamos no máximo 15% de cesárias no país. Portanto, vivemos uma epidemia de cesariana”, alerta Jane Santos, especialista em saúde e HIV do Unicef no Brasil.

Santos lembra do vínculo estreito entre elevada mortalidade infantil e também materna devido à prática excessiva da cesariana, uma vez que se trata de procedimento cirúrgico incisivo, com riscos.

Apesar da queda estimada de 25% na taxa de mortalidade infantil entre 2006 e 2016, o número de bebês que não completam 1 ano de vida no Brasil ainda alarma o Unicef: em 2015, foram 37,5 mil casos.

De acordo com a entidade, o país ainda registra dificuldade ao acesso e baixa qualidade no pré-natal, além de uma deficiente assistência ao parto, que ficam mais aparentes em caso de infecções ou pneumonias.

Embora reconheça avanços do Brasil no combate à mortalidade infantil, o Unicef aponta a permanência de desigualdades regionais, que tornam a taxa ainda maior no Norte e Nordeste do país. Nessas regiões, por exemplo, segundo o Unicef, a cobertura da assistência pré-natal é de 50% dos casos, contra 67% da média nacional.

“Com esse estudo publicado no primeiro dia do ano, nossa preocupação é exatamente chamar a atenção para as mortes precoces que em sua maioria são evitáveis”, diz Santos, citando especificamente as mortes por prematuridade e infecções controláveis, como a sífilis.

“A cobertura precisa ser ampliada e o maior acesso também precisa significar qualidade, com profissionais treinados e equipamentos disponíveis. Os governos precisam investir mais para fortalecer essa rede.”

Para auxiliar os países na tarefa fundamental de baixar a mortalidade infantil, o Unicef lançou um programa chamado “Every  Child  Alive” (toda criança viva, em tradução livre).

Oferece soluções básicas para o atendimento a mães e recém-nascidos, como fornecimento contínuo de água potável e eletricidade no local, desinfecção do cordão umbilical e condições para que a mãe faça a amamentação na primeira hora após o nascimento, estabeleça contato corporal com a criança e conte com um profissional hábil de auxílio no parto.

Uol



Redação

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