Paraíba

Testemunha da Operação Cartola revela irregularidades no Paraibano de 2015



 

A sujeira no futebol da Paraíba já vem de longas datas. É o que mostra o relatório da Operação Cartola, o qual o Correio da Paraíba teve acesso.

Em um dos depoimentos das testemunhas, há fatos relacionados ao Campeonato Paraibano de 2015, e com participação de figuras que aparecem envolvidas em falcatruas na edição do estadual deste ano, a exemplo do ex-árbitro e ex-presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paraibana de Futebol, José Renato Soares.

De acordo com o depoimento, a testemunha afirmou que nunca participou do esquema, apesar de já ter recebido propostas de interferência. O depoente afirmou também que na edição do estadual de 2015, na partida entre Paraíba de Cajazeiras e Botafogo-PB, ele, que estava trabalhando no jogo, teria anulado um gol do time pessoense.

No dia seguinte, segundo o depoimento, ele recebeu uma ligação de José Renato, questionando-o porque ele teria anulado o gol.

Foto: Voz da Torcida

Segundo ele, José Renato afirmou que recebeu uma ligação de um dirigente do Botafogo-PB “praticamente exigindo que o árbitro fosse punido”. Após isto, a testemunha afirmou que ficou cinco rodadas afastado da escala.

Ainda no depoimento, a testemunha afirmou que as manipulações de resultados acontecem há muitos anos e que não sabia ainda porque os suspeitos nunca foram responsabilizados. Ele disse ainda que a manipulação aconteceria através de pagamentos de valores para membros da FPF e a comissão de arbitragem.

Além da vantagem financeira, o depoente afirmou que exista a “pressão institucional” pela indicação de árbitros para ingresso na Confederação Brasileira de Futebol. Ele afirmou que os dirigentes de clubes e membros da FPF pressionavam os árbitros com a promessa de uma futura indicação.

Em outra parte do depoimento, a testemunha afirmou que tem conhecimento que os clubes participantes do esquema seriam Botafogo-PB, Treze, Nacional, Sousa, CSP e que “os demais clubes (menores) ficam para ‘último caso’, ou seja, apenas quando os clubes maiores já foram atendidos”.

A reportagem entrou em contato com os nomes citados. José Renato afirmou que não vai falar. A direção do Nacional de Patos disse que só vai se pronunciar com base nas provas oficiais. O Botafogo-PB alegou que já se pronunciou por meio das redes sociais. E os telefones dos dirigentes de CSP, Treze e Sousa estavam desligados.



Redação

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