Aproveitar melhor as vantagens competitivas do Brasil e reposicionar o país no comércio internacional é um dos grandes objetivos do governo federal e do setor produtivo brasileiro. Apresentada em janeiro para ser implementada nos próximos 10 anos, a Nova Indústria Brasil (NIB) é uma política de neoindustrialização que mira também nas oportunidades de fomentar o comércio exterior, em especial aquelas ligadas à economia verde.
A nova política, que coloca a indústria como instrumento para superação dos grandes gargalos da sociedade brasileira, foi destaque no 20º Briefing Diplomático, um encontro da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com cerca de 40 embaixadores de países estratégicos para o setor produtivo, nesta quarta-feira (3), em Brasília. Além da análise da NIB do ponto de vista da indústria, foram apresentadas ao corpo diplomático percepções do setor empresarial dos cenários político e econômico brasileiro.
Que instrumentos a NIB propõe para combater os desafios estruturais do comércio exterior?
Política Nacional de Cultura Exportadora
A PNCE tem prevê o aprimoramento de políticas públicas de comércio exterior, o desenvolvimento de programas inclusivos para ampliar a inserção de empresas nas exportações e a potencialização de iniciativas para fomentar as exportações por meio da coordenação entre órgãos públicos e privados. A ideia é que as ações a serem desenvolvidas incluam capacitação para empresas exportadoras, compartilhamento de boas práticas, fomento à participação em eventos comerciais e aproximação entre empresas e instituições de apoio.
Instituir uma forma de promover mais benefícios à produção local a partir de investimentos estrangeiros
A NIB propõe a criação de diretrizes e normas para estimular o capital estrangeiro a desenvolver as capacidades nacionais e evitar desafios em áreas sensíveis à segurança nacional.
Desburocratizar e facilitar o comércio exterior
A burocracia nos processos de comércio exterior é um desafio significativo para a eficiência e competitividade das operações e aumentam o tempo de liberação das mercadorias e, consequentemente, os custos. A demora nos processos burocráticos pode impactar negativamente a economia e o comércio exterior, e o Portal Único de Comércio Exterior está sendo desenvolvido, desde 2014, para tornar os processos mais eficientes e transparentes. Essa medida é essencial para que o Brasil aproveite melhor as oportunidades de comércio internacional e se integre às cadeias de valor.
A previsão é de que o Portal Único de Comércio Exterior alcance capacidade operacional de 100%, ao final de 2024, possibilitando que todas as operações sejam migradas para a plataforma até o final de 2025.
Quais as oportunidades na agenda de economia verde?
O apoio à economia verde na indústria é uma oportunidade de posicionar o Brasil como líder global nessa agenda e aumentar a vantagem competitiva do país, promovendo atração de investimentos estrangeiros. Por isso, é preciso usar a energia verde como uma grande vantagem competitiva e não apenas como uma nova mercadoria.
Quais as iniciativas da CNI neste ano para incentivar a implementação da NIB?
Estruturação de um laboratório de ideias da indústria, baseado no Observatório Nacional da Indústria
Implementação de campanhas de comunicação em defesa da Nova Indústria Brasil
Realização de seminários sobre os temas “Nova Indústria Brasil”, “políticas industriais no mundo e NIB” e “política industrial e Custo Brasil”, em parceria com MDIC e BNDES, no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília
Apoio da CNI à agenda: coleta de dados primários, desenvolvimento de documentos técnicos, expertise técnica (apoio na implementação e monitoramento de projetos), eventos (seminários e workshops), contribuições do setor privado.
FIEP PB
