O Ministério da Defesa anunciou nesta terça-feira (30) a saída dos comandantes das três Forças Armadas: Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antônio Carlos Moretti Bermudez (Aeronáutica).
Na nota, o ministério não informou o motivo da saída dos três nem anunciou os substitutos.
O anúncio acontece um dia após Fernando Azevedo e Silva ter deixado o cargo de ministro da Defesa. Para o lugar dele, foi anunciado o general da reserva Walter Souza Braga Netto, que até então comandava a Casa Civil.
Mais cedo, nesta terça, Pujol, Barbosa e Bermudez se reuniram com Braga Netto, em Brasília.
Esta é a primeira vez desde 1985 que os comandantes das três Forças Armadas deixam o cargo ao mesmo tempo sem ser em período de troca de governo.
Politizar as Forças Armadas
Líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) não vê risco à democracia brasileira com a reforma ministerial realizada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em entrevista nesta terça-feira (30), ele sinalizou que o deslocamento dos ministérios se deu por acomodação política.
“As Forças Armadas são o Estado brasileiro, não são o governo. O ministro Fernando Azevedo vinha fazendo um bom trabalho, mas foi pedido sua vaga para acomodar o general Braga Netto, que é mais próximo do presidente, alinhado com seu pensamento. Eu não vejo em nenhum momento a tentativa de politizar a ação das Forças Armadas brasileiras”, acrescentou o deputado.