Cidades

Pesquisa aponta onda de falências no transporte público e quadro em Campina é crítico



Um levantamento realizado pelo FGV Ceri (Centro de Estudos em Regulação e Infraestrutura) apontou que o setor de transporte público no Brasil, que já vinha sofrendo uma crise grave antes da pandemia, entrou em rota de colapso desde março de 2020, quando as medidas de contenção da covid-19 fizeram a demanda de passageiros despencar ainda mais.

Segundo a pesquisa, a situação é tão grave que entre abril de 2020 e fevereiro deste ano, 18 empresas e três consórcios de ônibus encerraram suas atividades no país. Segundo reportagem do jornal Valor Econômico, no caso das empresas de ônibus, o prejuízo somou R$ 11,57 bilhões de março de 2020 a fevereiro deste ano.

A publicação aponta que, na avaliação de empresas e especialistas, um dos grandes problemas é a forma de remuneração do sistema, já que, na maior parte do país, a operação é bancada só com a tarifa.

“Isso gera um ciclo vicioso, pois os custos do setor são praticamente fixos. Então, quanto menos passageiros, mais pressão sobre a tarifa, o que afasta ainda mais o usuário de baixa renda”, afirma Filipe Cardoso, pesquisador do FGV Ceri. “Esse modelo em que o passageiro é o único responsável pelo financiamento está colocando em risco o futuro do transporte público no país.”

CAMPINA GRANDE: SITUAÇÃO CRÍTICA

Em Campina Grande, de acordo com o Sitrans, o quadro é crítico. Atualmente, a demanda de passageiros é apenas cerca de 25% daquela existente há época do contrato de concessão, em 2015, razão pela qual o segmento cobra do poder concedente (a prefeitura) o reequilíbrio econômico-financeiro do serviço, conforme estabelece o próprio contrato.

“O transporte público é um direito do cidadão e dever do poder público, que não pode jogar a inviabilidade do serviço sobre a iniciativa privada e nós não enxergamos como caminho meramente aumentar a tarifa. Como afirma o especialista do FGV Ceri, a forma de remuneração precisa ser revista para assegurar a manutenção desse serviço, que é essencial para milhares de pessoas em Campina”, disse Anchieta Bernardino, diretor institucional do Sitrans.

ascom



Redação 01

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